Você já brigou com alguém por conta de “jeitos diferentes” de fazer uma tarefa simples? Lavar a louça, arrumar a cama, dobrar roupas… Parece bobo, mas essas pequenas divergências podem gerar grandes conflitos.
Neste artigo, vamos refletir sobre o que, afinal, é o “jeito certo” de fazer as coisas e como reconhecer nossas diferenças pode transformar nossos relacionamentos e nossa visão sobre nós mesmos.
1. O jeito certo… ou apenas o seu jeito?
Desde pequenos, aprendemos a fazer as coisas como nos foi ensinado — e muitas vezes defendemos essas práticas com unhas e dentes como “o certo”, sem ao menos questionar se realmente fazem sentido.
Na verdade, o que chamamos de “o jeito certo” é apenas a maneira que aprendemos a ser, através da nossa cultura, família, crenças e vivências.
→ Quando entramos em contato com outras pessoas, especialmente em relacionamentos, esses “jeitos” diferentes surgem — e aí nasce o conflito.
2. O exemplo clássico: lavar a louça
Você sabia que, segundo a terapeuta familiar Virginia Satir, existem mais de 250 maneiras diferentes de lavar a louça?
Esse dado, citado por Louise Hay em You Can Heal Your Life, revela como uma tarefa simples pode ser feita de inúmeras formas — e todas funcionam.
→ No relacionamento, você tem o seu jeito de lavar a louça, e seu companheiro(a) tem o dele(a). Não há um jeito certo ou errado, apenas são diferentes.
Afinal, o que importa é que a louça seja lavada. 😂 Reconhecer isso evita brigas desnecessárias e fortalece o convívio.
3. O que isso diz sobre quem somos?
Defender com unhas e dentes o nosso “jeito” é natural, mas será que já paramos para pensar de onde ele vem?
Muitas vezes não tem a ver com nossos princípios ou valores, mas apenas com o que vimos e aprendemos ao longo da vida.
Por isso, é tão importante fazer um movimento de autoconhecimento:
→ O que é essencial pra mim?
→ Quais valores realmente norteiam minhas escolhas?
→ O que apenas repito sem perceber?
Para se aprofundar sobre seus valores, recomendo a leitura do meu artigo:
👉 Sinceridade vs Honestidade: você sabe a diferença?
4. Como evitar que as diferenças virem brigas?
Quando nos apegamos demais ao nosso jeito de fazer as coisas, transformamos pequenas diferenças em grandes conflitos. Por isso, a pergunta que pode mudar tudo é:
→ O que é mais importante: que seja feito, ou que seja feito do seu jeito?
Muitas vezes, insistimos em que as coisas sejam feitas exatamente como aprendemos, mas isso só gera desgaste, sensação de sobrecarga e controle excessivo.
→ O “bem feito” muitas vezes é apenas o seu jeito, e não necessariamente o único caminho possível.
Soltar essas pequenas exigências é um convite à leveza: você se sente menos sobrecarregado(a) e permite que as tarefas sejam compartilhadas, fortalecendo a parceria e a harmonia no relacionamento.
Além disso, conversar sobre os hábitos que cada um carrega e os significados por trás deles praticando a escuta ativa também ajudam a manter a harmonia do casal.
Relacionamentos não são sobre ter razão, mas sobre construir uma vida em comum (mesmo com jeitos diferentes de lavar a louça)!
5. Viver conscientemente: o poder de analisar antes de reproduzir
Nem sempre precisamos repetir o que aprendemos só porque “sempre foi assim”. Podemos — e devemos — analisar os diferentes jeitos de fazer as coisas e escolher aquele que mais faz sentido para nós.
→ Pode ser sobre uma tarefa simples, como picar a cebola de um jeito que economiza tempo.
→ Ou uma rotina, como a forma como você organiza a limpeza da casa.
Quando fazemos escolhas conscientes, deixamos de ser reféns do hábito automático e passamos a criar uma vida mais alinhada com quem realmente somos.
Conclusão: o certo é o que faz sentido pra você
O “jeito certo” de fazer as coisas é, na maioria das vezes, uma ilusão. O que existe é o seu jeito, o do outro, e a possibilidade de ambos conviverem com respeito e harmonia.
Conhecer quem você é (seus valores, princípios e crenças) permite que faça escolhas conscientes, e não apenas reproduza padrões herdados.
Porque no fim das contas, o que realmente importa não é como você dobra a toalha… mas como dobra seus padrões para viver com mais leveza e consciência.
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